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Amantes do vinil

Embu das Artes: ‘Loucos por Vinil’ faz 20 anos com feira e shows nos dias 20 e 21/8

Nos dias 20 e 21/8, acontece mais um “Loucos por Vinil Fair”, completando 20
anos de existência, que em sua 18ª edição homenageará o rock nacional dos
anos 80. O evento retorna após dois anos de ausência, em decorrência da
pandemia, com a realização da esperada feira de discos de vinil, onde os
visitantes e colecionadores se encontram para comprar, vender ou trocar os
bons e velhos bolachões.
Além de reunir amantes do vinil, o encontro terá a performance de djs e shows
ao vivo de bandas de rock, que apresentarão repertório musical autoral,
clássico, pesado e, é claro, do aclamado anos 80. Tudo reunido na Praça da
Lagoa, no Centro de Embu das Artes, com entrada gratuita – veja programação
completa no rodapé da matéria.
Entre as bandas, destaque para a psicodelia roqueira, brasileira e original de
“Pepe Bueno e os Estranhos”, o punk classudo dos “Corazones Muertos” e o
resgate oitentista do “Grupo de Risco”. E não poderia faltar a presença das
raízes dos 50 e 60, com “Maverick77”, o hard rock de “Virtude Impiedosa” e o
rock pesado e suingado de “Os Jorge Maikow”.
O “bolachão resiste”, mesmo após passar por um período de ostracismo com a
chegada dos CD nos anos 90 e com o advento do streaming – sistema atual
que distribui digitalmente música por download de arquivos. E a procura e o
lançamento de álbuns em formato long play ainda é ativa e tornou-se crescente
no País, com a atividade de muitos colecionadores, músicos, djs e produtores,
o que mantém viva a realização de feiras, a existência de lojas e a fabricação
do produto, que atualmente conta com três fábricas estabelecidas no Brasil.

Explode coração do rock 80
Apesar de ter início em meados de 1950, seguido pela Jovem Guarda e
Tropicália nos anos 60 e do experimentalismo setentista, o rock brasileiro foi
consolidado na década de 80 com o boom de bandas das mais variadas
vertentes, da linha pop à eclosão do movimento punk, com suas
consequências culturais e sociais, e a formação de cenas musicais alternativas,
com inovações, misturas ou revival de estilos.
Tanto aqui como no mundo, o período foi fértil para o surgimento ou a
ascensão de gêneros como o punk, ska 2-tone, new wave, neorockabilly,
synthpop, pós-punk, gótico, noise, indie, entre outros, além do estreito flerte
com a música eletrônica. Nesse contexto, não menos relevante foi a presença
e performance de bandas de hard rock e heavy metal, que uniram o clássico a
novas tendências e caminhos, ampliando o diálogo com o público nacional e

internacional, a exemplo do Sepultura. Outra fusão bastante interessante que
se desdobrou à época, se deu entre o rock e ritmos da música negra como o
hip hop, funk, blues, jazz e reggae.
O “vasto leque” criativo do roquenroll dos anos 80 atingiu em cheio a
preferência da juventude brasileira desta geração. Isso ocorreu muito pelo
amplo alcance do rock nacional, que ganhou a atenção de grandes
gravadoras e da mídia tradicional com bandas como Titãs, Legião Urbana e
Paralamas do Sucesso. Mas paralelamente a isso, uma boa parcela de jovens
voltou seus olhos e ouvidos a bandas insurgentes advindas da cena alternativa
de grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, criadas
sob a luz do “faça você mesmo”, que era uma postura anárquica de
produção cultural autônoma.
Essa soma de possibilidades incentivou no Brasil o surgimento de programas
de rádio e TV, publicações editoriais, espaços culturais e de shows
undergrounds, selos fonográficos independentes e de músicos ansiosos pela
liberdade criativa e ideológica em oposição ao senso comercial e limitado da
música brasileira predominantemente veiculada, até então, nos meios de
comunicação de massa.
Mas a década se caracterizou não só pela riqueza de opções sonoras e
estilísticas, mas também pela mudança comportamental juvenil que se
disseminava e pela ampliação da discussão política e de valores da sociedade,
num período de transição de um regime de estado autoritário para uma
redemocratização.
História de “louco” – a origem
Idealizado e criado pelo artista plástico e colecionador de LPs, Paulo Dud, a
semente do Loucos por Vinil foi plantada nos tempos idos da zona norte de
São Paulo, no bairro do Limão, onde acontecia uma feira de discos no final da
década de 70, que tinha Eddy Teddy, ícone do rockabilly nacional, como um
dos organizadores. “Era uma feira simples com caixas cheias de LPs
espalhadas pelo chão, e eu frequentava lá à procura de discos raros e
interessantes que garimpava também em sebos e lojas”, contou.
Dud trabalhou no sebo Espaço Aberto em 1979, no bairro de Pinheiros, e
passou a comercializar discos e livros. Em 1986, mudou-se para a cidade de
Embu das Artes, onde iniciou a venda de LPs e livros na Feira de Artes e
Artesanato e, em 1996, abriu o sebo Good Books.
No ano de 2000, após conceder uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo,
Dud teve a ideia de criar o Loucos por Vinil. “A capa da Revista da
Folha estampava a manchete ‘Loucos pelos 70’ sobre a matéria interna
que abordava o contraponto entre a virada para o século 21 e a existência de
entusiastas da cultura setentista. Nesse momento me perguntei ‘porque não
fazer uma feira no Embu como acontece em outros lugares?’ e parti para a
realização da primeira edição do Loucos por Vinil, no ano de 2003, de forma
simples e independente, na Biblioteca Municipal”, revelou.

Desde então, a feira tornou-se conhecida e incorporou em sua programação a
realização de shows de bandas ao vivo e, eventualmente, palestras,
exposições, exibição de filmes e vídeos.
18º Loucos por Vinil Fair
Praça da Lagoa – av. Elias Yazbek, 2.087, Centro, Embu das Artes
Dia 20 e 21/8, das 9h às 21h
Shows a partir das 16h
Entrada gratuita
Programação
Sábado – 20/8
10h – Discotecagem com djs
16h – Maverick77
17h30 – Virtude Impetuosa
19h – Grupo de Risco
Domingo – 21/8
10h – Discotecagem com djs
16h – Os Jorge Maicow
17h – Corazones Muertos
18h30 – Exibição de vídeo e comemoração dos 20 anos
19h – Pepe Bueno e os Estranhos

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